terça-feira, 3 de maio de 2011

BAIXA PARTICIPAÇÃO DO FEMININO NA CULTURA HIP HOP

Estamos de volta com mais um artigo relacionado com a cultura Hip- Hop, desta vez vamos realçar algo que muitos têm se esquecido.Com as mudanças que ocorreram no nosso planeta, com o passar dos tempos, tem havido uma maior participação da mulher na sociedade, que se traduz num maior equilíbrio entre o género feminino e masculino e como a cultura Hip-Hop faz parte do mundo globalizado e é uma cultura urbana, então não foge a tal regra. Minhas senhoras e meus senhores não estou aqui para falar do mundo, mas sim para falar de Angola.

Nos fins da década de 90 e princípios de 2000 a quantidade de mulheres que aderiam a cultura Hip-Hop em Angola descrevia um gráfico de monotonia crescente, havia rappers como a Girinha, Dona Kelly, Afrodite, Manucha, Tânia e outras que contribuíam para o engrandecimento qualitativo e quantitativo do movimento e influenciavam a forma como se interpretava o Hip-Hop em Angola; a verdade é que a maior parte delas não vingaram nas suas carreiras musicais, muitas foram desistindo paulatinamente e consequentemente se desligando do movimento Hip-Hop. Se outrora só se notava mais a presença feminina num dos elementos da cultura, isto é, como Mcs, o cenário actual deixa-me um tanto quanto apreensivo, porque quase que não se vê Mcs do sexo feminino, pior ainda como B girls, como Djs, como “Grafiteiras” (estes três últimos que são quase invisíveis em toda nação angolana independentemente do sexo), será que as mulheres já não interessam-se por Hip-Hop?

A resposta é não, pela pesquisa que fizemos vimos sim que ainda existe um grande interesse feminino na cultura Hip-Hop, mas tem faltado oportunidades para gravarem musicas, de serem convidadas para os espectáculos, ou seja ainda existe uma certa descriminação tanto a nível da sociedade de um modo genérico, como a nível das pessoas comungantes da cultura Hip-Hop, por isso aproveito o ensejo para lançar o repto aos produtores de Rap, grupos de dança, aos “grafiteiros”, aos poucos djs de Rap, aos produtores de espectáculos de Rap, que passem a congregar mais as mulheres ao movimento. Durante todos estes anos a nota positiva vai para a rapper Dona Kelly por se ter mantido no activo.

Panfleto publicitário do álbum de Dona Kelly

É claro que há outras rappers e grupos femininos que também têm tentado manter-se, prova disto é que em breve estará nas ruas a mixtapePOETISAS” interpretado só por rappers do sexo feminino. Esperamos nós que seja uma obra rica e com algum impacto na sociedade. Esperamos num futuro próximo por mudanças no sentido positivo quanto ao que aqui foi retratado.

Panfleto publicitário da mixtape Poetisas





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